
Um estudo científico revisado por pares, publicado na revista Brain and Behavior, está provocando impacto no mundo acadêmico e político. Os pesquisadores testaram se a administração de testosterona poderia influenciar as preferências políticas. Os resultados são surpreendentes e levantam questões profundas sobre a natureza da identidade política e da liberdade.
O experimento envolveu 136 homens saudáveis, que receberam testosterona sintética ou placebo. Suas preferências políticas foram medidas antes e depois do tratamento. O desenho experimental forneceu uma rara oportunidade de observar o impacto direto de um hormônio sobre a ideologia.
Os resultados mostraram algo notável: democratas com fraca identificação partidária mudaram significativamente suas atitudes políticas após a administração de testosterona. O apego ao Partido Democrata caiu em 12%, enquanto a simpatia por candidatos presidenciais republicanos aumentou em impressionantes 45%.
Por outro lado, democratas fortemente afiliados, republicanos (fortes e fracos) e independentes não apresentaram mudanças relevantes. O efeito foi isolado nos democratas menos convictos, criando o que os autores chamaram de “red shift”.

A expressão “red shift”, emprestada da física, descreve um movimento em direção ao extremo direito do espectro. No campo político, significa uma transição de posições progressistas para uma aproximação maior com ideias conservadoras.
Antes mesmo do tratamento, os pesquisadores identificaram que democratas fracos apresentavam 19% mais testosterona basal do que os democratas fortes. Esse dado sugere uma predisposição biológica que pode explicar por que alguns tendem a inclinar-se para a direita sob determinadas condições.
A testosterona está associada a dominância, competitividade, agressividade e propensão ao risco — características frequentemente ligadas a valores conservadores. Ao intensificar essas tendências, o hormônio parece aproximar indivíduos de ideologias que valorizam força, independência e resistência à redistribuição forçada.
Curiosamente, entre os republicanos não houve diferença significativa nos níveis de testosterona, nem entre os fortemente nem entre os fracamente afiliados. Isso sugere que a identidade conservadora é mais estável, menos sujeita a oscilações hormonais e mais enraizada em valores consistentes.
As implicações são profundas. Consultores políticos gastam milhões em propaganda e marketing eleitoral, mas este estudo sugere que a biologia pode ser um fator ainda mais poderoso na formação das preferências políticas do que qualquer campanha publicitária.
A testosterona, chamada por alguns de “hormônio da competição e da autonomia”, parece reduzir a atração por políticas de dependência promovidas pela esquerda e aumentar o fascínio por lideranças conservadoras baseadas em força e decisão.
Esses achados também dialogam com tendências políticas globais. O crescimento de líderes de direita e populistas nos Estados Unidos, Europa e outros países pode refletir, em parte, respostas biológicas a crises, competição e insegurança.
Crises econômicas, imigração em massa e inflação geram estresse. O estresse pode elevar a testosterona. Essa cadeia de eventos ajuda a entender por que eleitores que antes se alinhavam à esquerda reavaliam suas posições em momentos de instabilidade.
O estudo também destaca o papel dos homens solteiros na política atual. Com maiores níveis de testosterona, eles tendem a competir mais intensamente, assumir riscos e afastar-se de ideologias coletivistas em busca de movimentos que enfatizem autonomia e liberdade.
Assim, o campo de batalha político não é apenas ideológico, mas também biológico. Campanhas que estimulam respostas emocionais e hormonais podem ter mais impacto do que debates ou argumentos puramente racionais.
Os eleitores indecisos — sempre apontados como decisivos em eleições — aparecem aqui como biologicamente mais suscetíveis a estímulos hormonais. Isso significa que a testosterona pode literalmente mudar o resultado das urnas.
Os autores reconhecem, no entanto, as limitações da pesquisa. A amostra era composta em grande parte por jovens universitários, e os republicanos estavam sub-representados. Estudos futuros devem incluir adultos mais velhos e mulheres.
Ainda assim, as conclusões são inovadoras. A política, antes vista apenas como questão de ideologia ou racionalidade, agora cruza o campo da neurociência e da endocrinologia. O cérebro e o corpo humano influenciam mais do que se imaginava.
Para os defensores da liberdade, isso levanta uma pergunta crucial: nossas convicções políticas são realmente fruto de razão, ou de forças biológicas fora do nosso controle consciente? Se hormônios influenciam ideologias, defender a liberdade exige mais do que argumentos — requer também ambientes culturais que reforcem independência e força.
Uma interpretação possível é que a liberdade está alinhada à própria natureza humana. A testosterona promove autonomia, resiliência e coragem — qualidades indispensáveis para resistir ao autoritarismo e ao coletivismo.
Por outro lado, a supressão deliberada dessas características — por meio da demonização da masculinidade, do estímulo à dependência e da negação da responsabilidade pessoal — favorece projetos de poder que visam ao controle social.
O estudo também desmonta o mito de que a identidade política é imutável. Enquanto os partidários mais fiéis tendem a se manter firmes, aqueles com afiliação fraca demonstram flexibilidade biológica, sendo mais facilmente deslocados por fatores hormonais.
Assim, a testosterona não é apenas o hormônio da força, mas também o hormônio da liberdade. Ela diminui a lealdade cega, aumenta a desconfiança em promessas coletivistas e fortalece a disposição para a independência.
Os autores deixam claro que testosterona não “transforma democratas em republicanos”. O que acontece é um ajuste fino: ela reduz o apego ideológico e abre espaço para simpatia a lideranças conservadoras.
Em última análise, o estudo sugere que a luta pela liberdade não é apenas filosófica. Ela é também um embate pela própria natureza humana. A biologia resiste à dominação, e a liberdade pode estar inscrita em nossa fisiologia.
Isso ecoa na história cultural: sociedades que celebram força, responsabilidade e independência prosperam e defendem suas liberdades, enquanto aquelas que sufocam essas qualidades caem sob regimes autoritários.
Os dados nos lembram de uma verdade essencial: a biologia importa na política. E se a liberdade está em sintonia com nossos impulsos naturais, defendê-la não é apenas um princípio, mas uma necessidade biológica.
Para o Instituto DEFESA, este estudo confirma que a liberdade precisa ser defendida em todas as frentes — jurídica, cultural, educacional e, como agora sabemos, até biológica.
A pesquisa encerra-se com um convite: leia o artigo completo, reflita sobre suas implicações e reconheça que a defesa da liberdade não é apenas um exercício intelectual, mas um compromisso com a essência humana.
📖 Referência:
Alogaily, R., Zahedzadeh, G., Pyle, K. V., Johnson, C. J., & Zak, P. J. (2025). Testosterone Administration Induces a Red Shift in Democrats. Brain and Behavior, 15:e70651. https://doi.org/10.1002/brb3.70651
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