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O leitor Luciano Sousa comentou:

Esse tipo de comentário mistura fatos, ideologia e desinformação, e por isso precisa ser respondido com firmeza, clareza e dados concretos.
1. Capitalismo europeu não é o mesmo que capitalismo americano
É importante começar separando dois modelos que, embora compartilhem o nome, têm diferenças profundas. O capitalismo europeu ocidental está amplamente contaminado por elementos social-democratas: alta carga tributária, Estado de bem-estar social inchado, burocracia crônica e políticas econômicas centralizadas. Isso faz com que muitos países europeus enfrentem estagnação econômica, crises migratórias mal geridas, desemprego estrutural e até colapsos previdenciários anunciados.
Já o capitalismo americano é mais dinâmico, liberal e voltado ao empreendedorismo. É verdade que os EUA enfrentam problemas internos (muitos deles provocados por avanços de políticas progressistas), mas ainda assim, continuam líderes globais em inovação, tecnologia, produção científica, militar e econômica. Se o capitalismo americano está em “declínio total”, é curioso notar que ainda são os Estados Unidos o destino mais sonhado por quem foge de países “socialistas”.
2. A China é uma ditadura detestável com qualidade de vida miserável para a maioria
O sucesso da China é uma meia-verdade perigosa. De fato, a China cresceu economicamente — porque liberalizou setores econômicos e atraiu investimentos estrangeiros. Mas permanece como uma das ditaduras mais autoritárias do planeta. Censura brutal, campos de reeducação, controle digital total da população, perseguição de minorias (como os uigures) e repressão sistemática são a norma.
Em termos de qualidade de vida, a realidade chinesa para o cidadão comum é muito distinta da propaganda: salários baixos, direitos trabalhistas inexistentes, altíssimos índices de suicídio entre jovens e idosos abandonados sem previdência. O Índice de Liberdade Econômica da Heritage Foundation classifica a China em 154º lugar no mundo (2024), abaixo de países como Burkina Faso, Camboja e Uzbequistão.
3. Socialismo vietnamita: dados e realidades que não se contam
O Vietnã, frequentemente exaltado por socialistas, tem indicadores sociais ainda bastante problemáticos. Embora tenha crescido nos últimos anos graças a reformas econômicas de mercado (ironicamente, capitalistas), o país:
- Está classificado como “não livre” no índice de Liberdade Mundial da Freedom House (2024).
- É um dos 10 países com maior censura do planeta, segundo o Comitê para Proteção de Jornalistas.
- Possui salário mínimo inferior a US$ 200 mensais.
- Enfrenta problemas sérios de corrupção endêmica, segundo a Transparency International.
Não há liberdade religiosa, não há imprensa independente, e o Partido Comunista controla absolutamente tudo — incluindo o que você pode ou não postar na internet.
4. Milico no poder realmente não presta
Nesse ponto, concordamos plenamente. Militares não foram feitos para governar. São treinados para obedecer ordens e manter a ordem, não para lidar com as complexidades da administração pública, da economia, das relações diplomáticas ou das liberdades civis. Experiências históricas em países como Brasil, Argentina, Egito, Myanmar ou a própria União Soviética demonstram que, quando os militares assumem o poder, a democracia e a prosperidade geralmente desaparecem.
O erro, porém, é achar que o problema da URSS foi “o milico” e não o próprio sistema socialista totalitário que criou uma máquina de repressão e miséria.