
Entenda quem financia o Small Arms Survey, o que o relatório sobre a América Latina revela e por que suas conclusões reforçam a necessidade de liberdade irrestrita de acesso às armas.
Introdução: quem é o Small Arms Survey e seus parceiros no Brasil
O Small Arms Survey (SAS) é um centro internacional de pesquisa sediado em Genebra, associado ao Graduate Institute of International and Development Studies, e amplamente reconhecido por seu viés pró-controle de armas. Sob o discurso de “reduzir a violência armada” e “impedir a proliferação ilícita de armas pequenas”, o SAS atua há mais de duas décadas produzindo relatórios que subsidiam políticas de restrição civil em diversos países.
O estudo mais recente — “The Authorized Trade in Small Arms: Latin America from a Global Perspective” — foi publicado em outubro de 2025, com financiamento da Swiss Network for International Studies (SNIS) e apoio de diversas instituições latino-americanas, incluindo brasileiras. Entre elas, o Instituto Sou da Paz, a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Também participaram o IGMX Consulting and Research for Equality, o Centre on Conflict, Development and Peacebuilding (Genebra) e o Conflict Analysis Resource Center (Colômbia).
Esses parceiros integraram o projeto “Mapping the Transnational Circulation and Control of Small Arms in Latin America”, voltado a mapear e propor políticas de controle sobre a circulação de armas na região.
O estudo e seu escopo
O relatório analisa o comércio autorizado de armas pequenas e leves entre 2019 e 2024, com foco na América Latina. A base de dados utilizada é a UN Comtrade, principal sistema das Nações Unidas para estatísticas de comércio exterior.
Segundo os autores Nicolas Florquin e Victor de Oliveira, o objetivo seria entender o papel da América Latina no mercado global de armas e, especialmente, avaliar o comércio de “armas de estilo militar”, tidas como mais preocupantes pelo potencial de desvio.
Apesar de reconhecer lacunas e inconsistências nos dados, o estudo afirma que o conjunto de informações disponíveis permite traçar tendências sólidas sobre as importações e exportações regionais.
O que o relatório encontrou
O Small Arms Survey aponta um forte crescimento global no comércio de armas pequenas. Entre 2019 e 2024, as exportações mundiais subiram de US$ 5 bilhões para US$ 9,2 bilhões, um salto de 86%.
A Europa foi o epicentro desse crescimento: suas importações aumentaram 141%, especialmente nos países do Leste Europeu, que multiplicaram por dez suas compras após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Em 2024, a Europa representava 40% de todas as importações globais de armas pequenas.
Já a América Latina aparece como uma região de baixo volume, respondendo por 6,3% das exportações e 2,8% das importações mundiais.
Ainda assim, dentro da região, o Brasil é o protagonista absoluto — sendo o quinto maior exportador global e o 15º maior importador.

Entre 2019 e 2024, o país exportou US$ 2,5 bilhões em armas pequenas, alcançando 118 países. Os principais compradores foram Estados Unidos (US$ 1,4 bilhão), Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Filipinas e Holanda.
O relatório atribui parte do aumento das importações brasileiras ao período de flexibilização das normas de posse e porte de armas durante o governo Bolsonaro. Entre 2020 e 2022, as importações quadruplicaram, caindo cerca de 30% após a mudança de governo e o retorno de restrições em 2023.

Em termos regionais, os principais importadores foram Brasil, Guatemala, Argentina, Colômbia e México — embora dados paralelos mostrem que o México provavelmente subnotifica suas compras à ONU, sendo na prática o maior importador da região.
As armas civis (pistolas e revólveres) representaram 40% das importações latino-americanas, seguidas por munições (27%) e armas de caça e esporte (10%).
Já as armas de uso militar, como fuzis e submetralhadoras, responderam por 10% das importações regionais, quase o dobro da média global (5,6%).
As exportações latino-americanas, porém, continuam concentradas em produtos civis e esportivos, com mínima participação de armamento militar — apenas 0,5% do total regional.
O SAS conclui que a região é “pequena em volume, mas relevante em risco”, recomendando mais controle, rastreabilidade e relatórios oficiais sobre o comércio legal de armas.

O que o Instituto DEFESA observa
Embora o Small Arms Survey se apresente como um órgão técnico, o relatório de 2025 repete o mesmo viés ideológico que tem caracterizado seus estudos anteriores:
a suposição de que a presença de armas legais na sociedade representa uma ameaça à segurança pública.
Essa lógica ignora completamente o fato de que os países com mais armas legais são também os mais seguros.
A Suíça, país de origem do próprio SAS, é um exemplo clássico — com altíssima proporção de armas por habitante e baixíssimos índices de homicídio.
O mesmo vale para Finlândia, República Tcheca e Estados Unidos, onde o acesso civil é amplo e a criminalidade, controlada.
Já na América Latina, onde o desarmamento foi imposto ao cidadão comum, o resultado é o oposto: explosão de homicídios e fortalecimento das facções criminosas, que permanecem armadas e impunes.
Os números do próprio relatório confirmam que a América Latina participa com menos de 3% das importações globais — uma fração ínfima — mas concentra algumas das mais altas taxas de homicídio do planeta.
Se armas legais fossem o problema, a lógica seria inversa.
Além disso, o envolvimento direto do Instituto Sou da Paz e de universidades ideologicamente alinhadas ao desarmamento questiona a neutralidade científica do estudo. As conclusões são previsíveis: mais controle, mais burocracia e menos liberdade — exatamente o que o SAS sempre defendeu.
O Instituto DEFESA entende que a verdadeira prevenção da violência não passa pela restrição das armas, mas sim pela responsabilidade individual e pelo fortalecimento da legítima defesa.
Armas nas mãos de cidadãos responsáveis dissuadem o crime, equilibram o poder e protegem a vida.
Armas nas mãos apenas do Estado e dos criminosos são o prenúncio da tirania e da submissão.
Conclusão
O relatório do Small Arms Survey fornece dados interessantes sobre o comércio internacional de armas, mas sua leitura enviesada tenta transformar números neutros em argumento político contra a liberdade.
A análise correta é simples: o problema nunca foi o número de armas legais, e sim a impunidade dos criminosos e a incompetência estatal.
Enquanto o SAS fala em “controle”, o Instituto DEFESA fala em liberdade, soberania e direito natural à autodefesa.
A segurança nasce da coragem — e a coragem, da liberdade armada.
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