
Quatro militares do Exército Brasileiro foram condenados pela Justiça Militar da União por envolvimento no furto e venda de metralhadoras do arsenal militar em Barueri (SP). O crime ocorreu em 7 de setembro de 2023, uma data simbólica para o país, marcada pela celebração da Independência, mas que, neste caso, ficou marcada pela traição de homens fardados à confiança pública.

A investigação revelou um esquema articulado dentro de uma unidade militar, onde armamentos de uso restrito — peças fundamentais do aparato bélico nacional — foram subtraídos e repassados ilegalmente a civis. Ao todo, nove pessoas foram condenadas: quatro militares e cinco civis. A sentença foi proferida pela 2ª Auditoria da 2ª Circunscrição Judiciária Militar, com sede em São Paulo.
O caso reacende o debate sobre a real segurança dos arsenais estatais e o mito propagado de que o controle absoluto das armas por parte do Estado seria garantia de paz. A realidade mostra o contrário: os estoques militares são os mais vulneráveis. Eles deveriam estar se preocupando em cuidar disso, ao invés de “fiscalizar” a vida dos cidadãos que pagam por todo esse vexame.
Este episódio demonstra com clareza que o problema não está na população civil armada, e sim na má gestão e no corporativismo dentro das instituições públicas. Não é a cidadania armada que abastece o crime, mas sim falhas internas das forças armadas e das polícias, como já revelado em diversos escândalos de desvios e desaparecimento de armas.
A hipocrisia do discurso desarmamentista fica ainda mais evidente: enquanto o cidadão honesto é tratado como ameaça por desejar ter uma arma legal, servidores públicos — armados, pagos com dinheiro do contribuinte e protegidos por estabilidade — cometem crimes gravíssimos e muitas vezes são punidos de forma branda ou sequer responsabilizados.
O Instituto DEFESA há anos denuncia o fracasso do monopólio estatal das armas, mostrando que centralizar o poder bélico em instituições públicas não elimina o risco da violência — apenas o transfere para aqueles que têm menos mecanismos de defesa: o povo. A liberdade de acesso às armas não é um privilégio, mas um direito natural à legítima defesa, reconhecido em diversas tradições filosóficas e constituições democráticas.
Casos como esse reforçam a necessidade de repensar urgentemente o modelo atual de controle de armas no Brasil. Ao invés de sufocar o cidadão de bem com exigências, taxas e limitações, o foco deveria estar em exigir integridade e transparência das instituições que já possuem armas de forma legal e abundante, como o Exército.
A matéria original, publicada pela revista CartaCapital, pode ser acessada na íntegra neste link:
📎 CartaCapital – Justiça condena 4 militares por furto e venda de metralhadoras do Exército em Barueri