
Desde 2023, o Brasil tem enfrentado um cenário preocupante em relação ao investimento e à poupança. Esses dois indicadores, fundamentais para a sustentação do crescimento econômico de longo prazo, apresentaram queda significativa, colocando em risco a capacidade do país de expandir sua infraestrutura, gerar empregos e garantir estabilidade macroeconômica.
A taxa de investimento, medida pela Formação Bruta de Capital Fixo, chegou a 17,8% do PIB em 2022, enquanto a taxa de poupança atingiu 15,8%. Esses números, embora já modestos em comparação com outras economias emergentes, representavam um certo equilíbrio mínimo para financiar o desenvolvimento interno.
No entanto, em 2023 o quadro mudou. O investimento caiu para 16,5% do PIB, e a poupança para 15,4%. Essa redução aparentemente pequena tem um efeito profundo, pois representa bilhões de reais a menos sendo direcionados para a expansão produtiva e a formação de capital.
Relatórios apontaram que tanto o investimento quanto a poupança seguiram trajetória de queda em 2023, evidenciando um movimento preocupante que compromete a capacidade de crescimento do país no médio prazo.
No terceiro trimestre de 2023, por exemplo, o investimento foi de apenas 16,6% do PIB, contra 18,3% no mesmo período de 2022. A poupança também caiu, passando de 16,3% para 15,7% na mesma comparação. Esses dados reforçam que a queda não foi um fenômeno isolado, mas sim um padrão persistente ao longo do ano.
Em 2024, houve uma leve recuperação no investimento, que voltou a 17,0% do PIB. Ainda assim, esse número permaneceu abaixo do patamar de 2022, sinalizando que o país não conseguiu retomar plenamente a confiança necessária para expandir seus investimentos.
A poupança, por outro lado, seguiu em trajetória descendente. Em 2024, atingiu apenas 14,5% do PIB, o menor nível registrado entre 2020 e 2024. Isso significa que os brasileiros, tanto famílias quanto empresas e governo, pouparam menos, reduzindo a capacidade interna de financiar investimentos sem depender de capital externo.
Quando comparado com o cenário internacional, o contraste é ainda mais evidente. Enquanto o Brasil registra taxas de poupança e investimento entre 14% e 17% do PIB, a média mundial supera os 25%. Esse descompasso ajuda a explicar por que o país cresce em ritmo inferior ao de outras economias emergentes.

Países como a China, com taxas de poupança e investimento em torno de 43,6% do PIB, a Coreia do Sul, com 33,8%, e a Índia, com 30,7%, apresentam indicadores muito superiores, o que explica seu dinamismo econômico e capacidade de gerar crescimento sustentado.
Até mesmo a Argentina, frequentemente citada como exemplo de instabilidade econômica, apresentou em 2023 uma taxa de poupança de 15,9%, ligeiramente superior à do Brasil no mesmo ano. Isso colocou o país entre os 26 com menores níveis de poupança no mundo, dentro de um universo de 120 economias analisadas.
Essa situação tem consequências diretas sobre a vida do cidadão comum. Menores taxas de investimento reduzem a capacidade do país de expandir sua infraestrutura, desenvolver a indústria e investir em tecnologia, fatores essenciais para o aumento da produtividade e da competitividade.
A redução da poupança também torna o Brasil mais dependente de capital externo, aumentando a vulnerabilidade frente a crises internacionais. Quando o país não poupa o suficiente, precisa recorrer a investimentos estrangeiros ou endividamento para financiar seu crescimento.
O problema é agravado pelo cenário fiscal. Com déficits elevados, o governo absorve parte significativa da poupança privada para financiar a dívida pública, reduzindo ainda mais o espaço para investimentos produtivos e gerando um efeito de “crowding out”.
Entre as causas para esse retrocesso estão os juros altos, que encarecem o crédito e desestimulam o investimento produtivo, além das incertezas políticas e econômicas que reduzem a confiança empresarial.
O impacto se espalha de maneira desigual pelos setores. Indústria, infraestrutura e tecnologia — justamente aqueles que mais dependem de investimento para inovar e crescer — são os mais prejudicados.

O gráfico deixa escancarado o desastre que o Brasil vive sob a atual ditadura Lula-STF (2023–presente). Depois de uma breve recuperação durante os anos de governo Bolsonaro, quando os indicadores de investimento e poupança conseguiram respirar e retomar trajetória de crescimento, a volta da velha política e da insegurança institucional fez o país despencar novamente. A confiança foi corroída e, junto dela, a disposição de empresários e cidadãos em poupar e reinvestir no Brasil.
Enquanto o governo Bolsonaro, mesmo em meio à pandemia, conseguiu criar um ambiente de maior previsibilidade e liberdade econômica, permitindo uma recuperação nos níveis de investimento e poupança, a partir de 2023 os números voltaram a cair. O resultado é uma economia que anda de lado, travada pela máquina estatal, pelos privilégios e pela submissão das decisões políticas ao Supremo Tribunal Federal, que age como correia de transmissão da ideologia governista.
O contraste é nítido: no período Bolsonaro, o Brasil deu sinais de vigor, buscando alinhar-se a economias mais abertas e competitivas. Já na era Lula-STF, os dados mostram retrocesso e falta de perspectiva, fruto do ambiente hostil ao empreendedorismo, da gastança pública e do sufocamento da sociedade produtiva. O gráfico, portanto, não é apenas uma curva estatística, mas o retrato de como escolhas políticas podem arruinar ou salvar a economia de um país.
As regiões mais desenvolvidas, como Sudeste e Sul, ainda conseguem atrair parte do investimento privado, mas o Norte e o Nordeste sofrem com a retração, acentuando desigualdades históricas do país.
Organismos internacionais, como Banco Mundial, FMI e OCDE, apontam que manter taxas de investimento e poupança próximas a 20%–25% do PIB é fundamental para sustentar o desenvolvimento de longo prazo. O Brasil, infelizmente, está distante desse patamar.
Se essa tendência não for revertida, o país corre o risco de entrar em um ciclo de crescimento baixo, com infraestrutura deficiente, baixa produtividade e estagnação econômica prolongada, comprometendo gerações futuras.
É urgente, portanto, a adoção de políticas que incentivem a poupança interna e estimulem os investimentos produtivos. Isso passa por reformas estruturais, melhora no ambiente de negócios e medidas fiscais responsáveis.
Em resumo, desde 2023, a queda dos indicadores de investimento e poupança deixou um alerta claro: o Brasil está comprometendo o seu futuro econômico. A ligeira recuperação no investimento em 2024 não foi suficiente para compensar a trajetória descendente da poupança. Esse desequilíbrio deve ser enfrentado de imediato, sob pena de consolidar a estagnação como a nova realidade brasileira.
Referências
- IBGE. PIB cresce 2,9% em 2023 e fecha o ano em R$ 10,9 trilhões.
- IBGE. PIB 2023 – Contas Nacionais.
- Metropoles. Taxas de investimento e de poupança caem em 2023 no Brasil.
- IBGE. Contas Nacionais Trimestrais 2023.
- IBGE. PIB cresce 3,4% em 2024 e fecha o ano em R$ 11,7 trilhões.
- FIPE. Boletim de Informações FIPE nº 534.
- Projeto Colabora. Taxas de poupança e investimento da China são o triplo das registradas no Brasil.
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