
Pela primeira vez em muito tempo, o Brasil não tem nenhuma universidade entre as 100 melhores do mundo. Nem mesmo a USP — historicamente a vitrine acadêmica do país — conseguiu se manter no ranking mundial em 2025. Para quem acompanha a degeneração da educação brasileira, isso não é surpresa. É apenas a confirmação estatística de um colapso anunciado.
A Universidade de São Paulo, que já foi sinônimo de excelência, hoje parece mais um acampamento ideológico do que um centro de ensino. Seus corredores estão tomados por lixo, pichações, militância identitária e um ambiente mais parecido com banheiro de rodoviária do que com instituição de elite. O nojo visual reflete o nojo moral: substituímos o estudo pela panfletagem, o debate pela gritaria, o mérito pela cota.
E os números não mentem. Como mostramos em nosso artigo anterior — “O ataque proposital à educação básica do brasileiro como instrumento de dominação” — a tragédia começa cedo:
- 4 em cada 10 alunos do 5º ano não sabem fazer uma conta de subtração.
- 7 em cada 10 estudantes que concluem o ensino médio são analfabetos funcionais.
- Em 2023, apenas 9,2% dos concluintes do ensino médio tinham o nível considerado “adequado” em matemática.
- O Brasil é o 59º colocado no PISA (de 80 países), atrás de países como Uzbequistão, Ucrânia e Cazaquistão.
E o que o sistema faz diante disso? Em vez de reformar a base, ele recompensa a mediocridade com um diploma universitário. A política de cotas, longe de ser reparadora, tornou-se um atestado de fracasso coletivo. Cotas sem base educacional sólida são uma fraude — e condenam o próprio cotista a um futuro de frustração.

O gráfico acima mostra um dado incontornável: o Brasil é um espaço vazio no mapa da inteligência global. Enquanto países como Estados Unidos, Reino Unido, Suíça e China concentram dezenas de universidades entre as 100 melhores do mundo, o Brasil amarga o vermelho do fracasso absoluto — sem uma única instituição sequer nesse grupo de elite. Não é um detalhe. É um sinal claro de que nossa produção intelectual está em coma, alimentada por verba pública e ideologia de grêmio estudantil.
Essa ausência total revela mais do que uma falência acadêmica: ela escancara um projeto nacional de aversão à competência, à meritocracia e à excelência. O Brasil formou uma cultura universitária que rejeita esforço e glorifica mediocridade, onde o importante não é estudar ou inovar, mas militar, ocupar reitorias e gritar palavras de ordem. O resultado está diante dos olhos: um país onde pensar virou subversão e aprender virou privilégio.
E o reflexo disso não está só nos rankings. Está nas ruas tomadas por ignorância, nas políticas públicas desastrosas, na submissão ao Estado e — como sempre denunciamos — na aceitação passiva do desarmamento. Um povo que não sabe ler, não sabe pensar, não sabe discernir o bem do mal ou a liberdade da servidão, jamais entenderá por que precisa de armas. O Brasil virou um vácuo da produtividade e da resistência. E isso, como mostra o gráfico, é mais visível do que nunca.

O gráfico revela um fato incômodo: mesmo entre países do chamado “terceiro mundo”, o Brasil ocupa as últimas posições em impacto científico. Enquanto universidades como Tsinghua (China), NUS (Singapura) e até mesmo instituições da África do Sul e do México apresentam médias de citações científicas significativamente superiores, USP, Unicamp e UFRJ patinam com números medíocres. A produção acadêmica brasileira não reverbera, não impacta, não é levada a sério. E não por falta de recursos — mas por falta de foco, exigência e compromisso com o mérito.
Esses números não vêm de alunos de escola pública de periferia. São de brasileiros que já chegaram ao topo da educação formal. São os melhores formados do país. Aqueles que passaram por anos de universidade pública, muitas vezes bancados com dinheiro do pagador de impostos. Se esse é o padrão intelectual da elite acadêmica brasileira, imagine o nível técnico, lógico e produtivo dos milhões que sequer concluíram o ensino médio — ou que passaram por ele sem aprender a escrever uma frase coesa.
Essa tragédia silenciosa tem consequências profundas. Ela ajuda a explicar o porquê de tantas decisões equivocadas, de tanta dependência estatal e da popularidade de pautas autoritárias como o desarmamento civil. Um povo com esse nível de instrução e impacto científico não tem ferramentas para contestar narrativas oficiais, nem para defender seus próprios direitos. Em vez de formar cabeças pensantes, o Brasil tem gerado cabeças vazias — prontas para serem moldadas pela ideologia do momento.

O gráfico acima revela um traço profundo da cultura brasileira: a aversão voluntária ao conhecimento. Enquanto países como Finlândia, Japão, Estados Unidos e Reino Unido apresentam médias de leitura anual acima de 10 livros por pessoa, o brasileiro lê, em média, apenas 2,4 livros por ano. Mesmo entre universitários — supostamente a elite intelectual do país — o número não passa de 4 livros anuais. Essa distância não é apenas quantitativa: é também qualitativa, pois boa parte da leitura brasileira gira em torno de obras rasas, panfletárias ou obrigatórias.
Essa realidade expõe o fracasso não apenas da escola, mas da mentalidade nacional. Ler exige silêncio, disciplina, curiosidade e senso de dever — virtudes cada vez mais raras em um povo viciado em distração e superficialidade. Enquanto outras nações formam leitores para pensar, criar e decidir, o Brasil forma consumidores de conteúdo descartável, incapazes de argumentar, refletir ou interpretar com profundidade. O brasileiro comum foge do livro como quem foge de um espelho — e prefere repetir o que ouviu de um influenciador, de um político ou da grande mídia.
Esse abismo cultural tem consequências políticas diretas. Um povo que não lê não entende leis, não compreende direitos, não desconfia do Estado — e, por isso, aceita o desarmamento passivamente. Incapaz de estudar história, filosofia ou política, o cidadão médio se torna presa fácil para narrativas autoritárias. A ignorância deixa de ser um problema pessoal e se transforma em uma ferramenta de controle em massa. Onde falta leitura, sobra obediência. E isso, como sempre alertamos no Instituto DEFESA, é o solo ideal para a tirania florescer.

O gráfico acima ilustra de forma brutal a tragédia silenciosa da educação brasileira: uma pirâmide invertida onde se forma muita gente, mas se produz quase nada. A base larga representa milhões de alunos formados e diplomados todos os anos, financiados em grande parte com dinheiro público. No entanto, à medida que se sobe na pirâmide em direção à produtividade intelectual real — publicações relevantes, citações internacionais, inovação tecnológica — os números despencam drasticamente. O sistema educacional brasileiro é, na prática, uma máquina de despejar diplomas vazios em um oceano de irrelevância.
Esse desequilíbrio não é fruto do acaso. Ele é consequência direta de um modelo que prioriza quantidade sobre qualidade, presença sobre desempenho, e identidade sobre mérito. Com professores desmotivados, universidades politizadas e currículos recheados de ideologia e pautas inúteis, a educação brasileira se tornou um teatro dispendioso, onde se encena aprendizado sem conteúdo. O resultado é que bilhões de reais são gastos todos os anos para manter funcionando um sistema que mal consegue formar pessoas aptas a escrever, pensar ou inovar.
Esse desperdício colossal de recursos compromete não só o futuro do país, mas a própria liberdade da população. Um povo que estudou por 15 ou 20 anos e ainda assim não consegue produzir ciência, interpretar um texto jurídico ou defender suas liberdades fundamentais se torna inevitavelmente dependente do Estado. A educação, que deveria ser uma ferramenta de emancipação, se transforma em mais uma corrente. E é nesse ambiente que o desarmamento prospera: entre pessoas que não têm nem o saber necessário para perceber que estão sendo enganadas.

Hoje, o universitário brasileiro médio não sabe escrever, não sabe ler, não sabe pensar. Mas sabe militar. E pior: acha que sabe o suficiente para decidir que o cidadão comum não deve ter armas. Numa ironia trágica, quem não entende a diferença entre calibre e cartucho se sente autorizado a decidir sobre o que é “necessário” para a sua defesa.
Essa é a engenharia social em sua forma mais perversa: destrói a educação, cria um exército de ignorantes obedientes, e usa esse mesmo exército para legitimar o controle estatal total — inclusive o desarmamento.
A USP fora do ranking é, portanto, muito mais do que uma vergonha nacional. É um símbolo. Um emblema da falência de um país que desistiu de formar pensadores livres e se contentou em produzir massa de manobra. E a esquerda universitária, com suas bandeiras, seus lixos e suas marchas ridículas, é cúmplice disso.