
Enquanto milhões de brasileiros honestos acordam antes do sol, enfrentam transporte lotado, trabalham o dia inteiro e voltam para casa com dores, impostos e boletos, o Estado brasileiro continua aperfeiçoando sua política favorita: punir o trabalhador e premiar a autodestruição. Agora, o mais novo agrado assistencialista atende pelo nome informal — mas justo — de Bolsa Cachaça: R$ 1.518 mensais para alcoólatras diagnosticados, pagos via INSS.
Não é brincadeira. Basta o cidadão apresentar laudos dizendo que bebeu tanto que já não consegue trabalhar, e pronto — o salário mínimo está garantido. Para os que nunca contribuíram com o INSS, o Estado também dá um jeitinho: entra o Benefício Assistencial (BPC). Ou seja, mesmo quem nunca ajudou o sistema, pode viver às custas dele. E quem paga essa conta? Você, trabalhador idiota, que ainda acredita em esforço, mérito e responsabilidade.
A justificativa oficial? “O alcoolismo é uma doença”, dizem. A Organização Mundial da Saúde o classifica como transtorno mental. Mas a pergunta que ninguém quer responder é: desde quando o estímulo à doença e à dependência virou política pública? Se a ideia é acolher, que se acolha com tratamento, reinserção e exigência de mudança — não com salário pago eternamente por quem tenta viver com dignidade.
Esse tipo de benefício é mais um sintoma de um modelo que não quer curar ninguém, só quer criar dependentes fiéis ao sistema estatal. O assistencialismo brasileiro é hoje um câncer econômico e moral. Já são mais de 21 milhões de pessoas recebendo o Bolsa Família, sem contar os auxílios estaduais, municipais, BPCs, aposentadorias precoces, auxílios-doença e agora até salário para quem se destrói com álcool. Isso não é política social, é escravidão disfarçada de compaixão.
O resultado disso? Uma economia esmagada. Em 2023, o Brasil gastou mais de R$ 1 trilhão com benefícios assistenciais, superando o investimento em infraestrutura, segurança e inovação tecnológica somados. Quem sustenta esse monstro não é o “Estado”, mas sim a classe média esmagada, que carrega o país nas costas enquanto é culpada de todos os males. O recado é claro: quem trabalha será punido. Quem se entrega, recompensado.
E o impacto social? Catastrófico. A cultura do “merecimento automático” destrói famílias, reduz a produtividade, incentiva a ociosidade e cria gerações que enxergam o governo não como administrador, mas como pai provedor e substituto do esforço pessoal. O Brasil está formando uma população dependente, infantilizada e incapaz de reagir — justamente o sonho de qualquer tirano.
Essa inversão moral alimenta o ressentimento de quem trabalha e mina o espírito de quem poderia produzir. A cada novo benefício, o país se afasta mais da ideia de dignidade. As virtudes clássicas — coragem, esforço, temperança, responsabilidade — são ridicularizadas por um sistema que prega que fracassar é mais lucrativo que lutar.
O que resta ao cidadão de bem? Pagar. Pagar a comida, a bebida, os boletos, o fundo eleitoral, as emendas parlamentares, os supersalários do Judiciário, as ONGs “progressistas”, e agora até o goró do dependente químico. A classe produtiva virou uma espécie de gado tributário: tosquiada, humilhada e obrigada a se calar sob pena de ser acusada de “falta de empatia”.

O gráfico apresentado escancara o colapso silencioso que vivemos: mais de um terço da população brasileira depende diretamente do Estado para viver. São mais de 70 milhões de pessoas sustentadas por aposentadorias, auxílios, programas sociais ou salários como servidores públicos — inclusive nas estatais e empresas de economia mista. O restante da população, produtiva e sobrecarregada, paga essa conta. O modelo é insustentável, porque quem trabalha financia, quem não trabalha vota para manter a mamata.
Economicamente, o sistema é uma máquina de triturar riqueza e estagnar crescimento. A carga tributária esmaga o empreendedor e o trabalhador, enquanto o Estado distribui dinheiro para manter sua base de dependência fiel. Não há estímulo à produção, à independência ou ao mérito. O país está afundando em um oceano de assistencialismo, no qual se premia o fracasso e se pune a responsabilidade. A consequência é clara: a falência moral e financeira do Brasil já começou — e quem ainda tenta construir algo está sendo exaurido.
Politicamente, o cenário é ainda mais obsceno. Porque se o Brasil fosse uma democracia de verdade — e sabemos que não é —, pessoas que vivem daquilo que o Estado lhes dá não poderiam votar. É simples: o voto dessas pessoas está comprometido, comprado, manipulado. Como pode alguém que depende do governo escolher com liberdade quem deve governar? É evidente que seu voto será usado para perpetuar o sistema que garante seu sustento. Isso não é democracia — é compra de votos institucionalizada com dinheiro do pagador de impostos.
É preciso dizer com todas as letras: o Brasil é um regime de saque legalizado, onde quem produz é saqueado por um aparato estatal gigantesco, ineficiente e corrupto, que sustenta milhões de pessoas cujo único papel no ciclo político é manter o status quo através do voto. Eles não estão apenas vivendo às custas dos outros — estão decidindo o futuro dos outros. E, como consequência, o Brasil real, o que trabalha, morre lentamente.
Se queremos um país livre, digno e funcional, o primeiro passo é romper com essa farsa. O Estado não pode ser dono das pessoas. E quem é sustentado por ele não pode definir os rumos de uma nação, sob pena de perpetuarmos para sempre a escravidão fiscal e o autoritarismo disfarçado. O Brasil só será livre quando o voto voltar a ser uma expressão de independência — e não um recibo de dependência permanente.
A “Bolsa Cachaça” não é um exagero satírico. É o retrato fiel de um país onde o Estado decidiu que vale mais um laudo de doença do que uma carteira de trabalho. Onde beber até perder a consciência pode render mais que suar oito horas por dia. Onde o assistencialismo não apenas faliu a economia, mas aniquilou a dignidade como valor. E a pergunta que fica é: até quando o Brasil vai permitir que a recompensa seja dada aos piores — e a conta, aos melhores?