
Durante anos, os desarmamentistas repetiram o mesmo mantra: “Quanto mais armas, mais suicídios”. Essa afirmação tem sido usada como justificativa para restringir o acesso de cidadãos comuns às armas de fogo. Mas será que ela é verdadeira? Para descobrir a resposta, o professor Gary Kleck, um dos criminologistas mais respeitados do mundo, conduziu um estudo com a maior amostra já utilizada nesse tipo de pesquisa: 194 países.
O artigo, publicado na Archives of Suicide Research, usou diversas formas de medir a posse de armas e as comparou com diferentes tipos de suicídio: por armas de fogo, por outros métodos e o total geral. Os resultados desmontam o discurso emocional e revelam uma realidade bem diferente da que costuma ser propagada na mídia.
🔍 O Que o Estudo Descobriu?
De forma direta:
- Existe, sim, uma correlação entre armas e o número de suicídios cometidos com armas.
- Mas não há nenhuma correlação entre o número de armas e o total de suicídios cometidos por qualquer meio.
Ou seja, quando uma pessoa decide tirar a própria vida, o meio utilizado varia de acordo com o que está disponível, mas o número total de suicídios permanece o mesmo. Se não há armas, a pessoa usa outro método — como enforcamento, envenenamento ou queda.
Essa descoberta confirma o que estudos anteriores já vinham indicando, mas com muito mais robustez estatística. Pela primeira vez, foi possível fazer essa análise de forma global, abrangendo países com culturas, economias e legislações completamente distintas.

🌎 O Caso do Japão e da Coreia do Sul
Quer um exemplo prático? Pegue Japão e Coreia do Sul — países com legislações extremamente restritivas quanto à posse de armas. Nessas nações, a taxa de armas por habitante é baixíssima, mas os índices de suicídio estão entre os mais altos do mundo.
Ou seja: não é a arma que causa o suicídio. O que leva alguém a tirar a própria vida é um conjunto de fatores complexos — como depressão, isolamento, problemas financeiros, falta de suporte emocional e ausência de tratamento psiquiátrico adequado.
🧠 O Problema Real: Saúde Mental
O estudo de Kleck reafirma algo que muitos já sabem, mas poucos têm coragem de dizer em público: o suicídio é um problema de saúde pública, não de controle de armas.
Tentar reduzir os suicídios tirando armas das mãos dos cidadãos é como tentar reduzir o alcoolismo proibindo copos. A lógica é rasa e ineficaz. Se o objetivo é realmente salvar vidas, é necessário investir em:
- Acesso a tratamento psicológico e psiquiátrico
- Campanhas públicas de conscientização sobre saúde mental
- Combate à estigmatização da depressão
- Apoio a famílias em situação de risco
⚖️ Um Recado aos Políticos Desarmamentistas
Não há mais espaço para políticas públicas baseadas em pânico moral ou ideologia partidária. Os dados estão disponíveis, e eles dizem o seguinte:
Reduzir a posse de armas não reduz o número total de suicídios.
A única coisa que se consegue ao limitar o acesso legal às armas é desarmar quem cumpre a lei, enquanto criminosos e pessoas com intenção suicida continuam encontrando outros meios para seus objetivos.
Se você realmente se importa com vidas, não desarme o cidadão de bem. Dê a ele o direito de se defender e concentre os recursos onde realmente fazem diferença.
📚 Referência Científica:
Kleck, G. (2021). The Cross-national Association of Gun Ownership Rates and Suicide Rates: An Analysis of 194 Nations. Archives of Suicide Research. Acesse aqui