Grupo controle

Lucas Silveira
Presidente do Instituto DEFESA
Instrutor-chefe da Academia Brasileira de Armas

Conforme prometido no último texto de introdução a ciência, o tema de hoje é o grupo-controle. Vamos compreender qual é a importância destes indivíduos numa pesquisa científica e como os mal intencionados ou mal informados podem usar da falta dele para convencê-lo de uma informação falsa.

Se você deseja estabelecer, por exemplo, uma relação de causa e efeito entre a liberdade de acesso às armas e o índice de crimes violentos, o que te garante que essa mudança no direito de acesso às armas não seja também acompanhada por outros fatores econômicos ou sociais que possam influenciar o seu resultado?
A solução pra esse impasse metodológico está no grupo controle. Imagine comparar dois locais econômica e socialmente muito parecidos, cuja única alteração seja essa liberdade de acesso às armas. Ora, se tanto o grupo controle (aquele que não tenha tido alteração na legislação) quanto o grupo experimental (aquele que teve a intervenção) tiverem suas estatísticas de crimes violentos alteradas, aparentemente existem outros fatores além das armas influenciando o seu resultado.

Contudo, se a única diferença entre os grupos controle e experimental for efetivamente a liberdade de acesso às armas e apenas um deles tiver os resultados alterados, pode-se inferir que é esse fator realmente o responsável pela alteração nos índices de crimes violentos.

“33 % dos acidentes de trânsito envolvem pessoas embriagadas, portanto 67 % estão sóbrias, logo devemos dirigir bêbados que é mais seguro.”

A frase acima é um SOFISMA, um raciocínio ardilosamente construído para induzir ao erro, com base em uma estatística verdadeira, se analisada por um experimento científico mal delineado.

Fiquem atentos!

 

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